Obihiro – Um assassinato envolvendo dois professores de uma escola de ensino médio (koukou) na província de Hokkaido chocou a comunidade local. Asako Miyata, de 47 anos, foi estrangulada pelo colega Shuri Katagiri, de 35 anos, no fim do mês de maio e o caso segue sem muitas explicações.
De acordo com uma reportagem da emissora Fuji, os dois professores eram muito queridos na escola e trabalharam juntos por seis anos até março deste ano. No dia 29 de maio pela manhã, Miyata saiu de casa na cidade de Kitami dizendo ao marido e filhos que iria para Kushiro, outra cidade na província.
Neste dia, ela trocou mensagens com o marido até o anoitecer. Depois, parou de responder e no dia seguinte não voltou para a casa. Preocupado, o marido contatou a polícia e registrou o desaparecimento no dia 31 de maio.
O marido sabia que a esposa se encontraria com o colega. O nome de Shuri Katagiri foi revelado para os policiais, que entraram em contato e ele confirmou que esteve com Miyata. Depois, Katagiri acabou confessando: o professor disse que usou uma pá para enterrar o corpo da vítima em um matagal.
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O mistério em torno do assassinato
A polícia seguiu as instruções de Katagiri e encontrou o corpo de Miyata enterrado em um matagal na cidade de Obihiro. Ela foi estrangulada e a causa da morte foi confirmada como asfixia. Havia marcas em seus pescoço.
Katagiri contou tudo aos policiais, disse que estrangulou a colega e carregou o corpo de carro até o local para escondê-lo. O corpo foi enterrado um dia depois que Miyata parou de responder ao marido, por volta das 20h.
Um repórter da emissora Fuji foi até o local e descreveu:
“O corpo foi abandonado neste matagal e não tem nenhuma iluminação por aqui. Agora estamos de lanterna e podemos enxergar ao fundo, mas se apagar a luz, você fica na completa escuridão”.
O que levou o professor a matar a colega não foi esclarecido, mas há mistérios nessa história que tem intrigado a polícia. Um deles é o fato de que Miyata mentiu ao marido e filhos quando saiu de casa.
Ela disse que iria a Kushiro, mas foi para Obihiro, que fica a mais de 150 quilômetros de distância, cerca de 2 horas e meia de carro. Nesta cidade, a professora se encontrou com o colega para assistir a uma partida de beisebol e o matagal onde o corpo foi enterrado fica a 20 minutos a pé do centro esportivo.
A polícia acredita que houve algum desentendimento entre eles no fim da partida. Mas o que mais surpreende é que os dois professores se davam muito bem e na escola, tinham uma ótima imagem entre os alunos.
Alguns alunos e funcionários da escola comentaram com a reportagem o espanto ao saber do caso.
“É espantoso. Eu custei para acreditar. Fiquei perguntando, foi mesmo o Katagiri? E a Miyata? Sério? É uma surpresa dupla”, disse uma pessoa envolvida com a escola.
Uma ex-aluno, de 18 anos, também comentou:
“A gente chamava o Katagiri de “Shuri-chan”, ele tinha esse apelido carinhoso. E a Miyata era como uma mãe para nós”, comentou, estarrecida.
Outra jovem de 18 anos que foi aluna dos dois professores ficou muito surpresa.
“Eles eram muito gentis. Eu precisei faltar as aulas muitas vezes e eles se preocupavam comigo. Era de outra turma e mesmo assim me perguntavam se estava tudo bem. Eu adorava esse professores e cheguei até a escrever uma carta ao Katagiri. Eu disse que quando crescesse, queria me casar com alguém como ele”, disse.
Outra estudante de 18 anos disse que só tem boas lembranças dos professores.
“Eu não conseguia estudar muito e eles me ensinavam fora do horário. Tinha dias que eu não queria ir ao clube esportivo e eles não brigavam comigo, diziam que eu não precisava ir se estivesse me sentindo mal. Eram muito gentis, eu adorava os dois. O Katagiri e a Miyata tinham o mesmo perfil de professores que se importam com os alunos”, descreveu.
A polícia está tentando entender como dois professores tão gentis e queridos tiveram um desfecho tão trágico e cruel. Como um professor que era adorado na escola chegou ao ponto de estrangular a colega e enterrar o corpo em um matagal. Há detalhes desta história assustadora que permanecem ocultos.