Saitama – Um calau-de-faces-prateadas, ave típica de países como Etiópia, Quênia, Moçambique e Tanzânia, se libertou das grades de um zoológico na província de Saitama nesta quinta-feira (6).
Quem visitou o zoológico da cidade de Higashimatsuyama durante o dia não deixou de notar o movimento estranho. Segundo uma reportagem da Emissora Fuji, muitos funcionários vigiavam as árvores com binóculos, enquanto outros verificavam os pontos altos ao redor do parque.
O calau-de-faces-prateadas é uma espécie de porte grande, que chega a 70 centímetros de comprimento e chama atenção pela estrutura avantajada do bico feito de osso oco, com uma camada de queratina sobreposta. Em japonês, a ave é chamada de “gingaosaichou”. (ギンガオサイチョウ).
Segundo as informações do próprio zoológico, esse tipo de ave é onívera, se alimenta principalmente de frutas e também de animais menores, pequenos pássaros, cobras, lagartos e roedores. O som produzido soa como um “gaaa-gaaa”.
Não há perigo para as pessoas, mas quem vive na cidade do zoológico pode ficar atento e reportar os criadores caso veja em algum lugar.
“Este calau africano come principalmente frutas e não oferece risco nenhum para as pessoas. Porém, para que não ocorram incidentes, pedimos que ninguém se aproxime e nem toque caso encontre a ave por aí. Neste caso, avise o zoológico o mais rápido possível”, explicou um funcionário.
Pode ser um desafio recuperar a ave e o calau pode ter dificuldades de se adaptar sozinho ao inverno e as condições da natureza do Japão, que é bem diferente de seu habitat. O caso é raro, mas não é a primeira vez que um calau africano acaba perdido no Japão, veja essa história abaixo.
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O calau raro em Chiba
Entre os anos de 2020 e 2021, moradores de cidades no interior da província de Chiba, como Kashiwa e Abiko, registraram a aparição de um calau-grande nos campos. A ave de pelagem negra e vermelha é típica da África subsariana, região ao sul do Deserto do Saara e não existe na natureza do Japão.
Neste caso, não parece ter sido uma fuga de zoológico e ninguém conseguiu resolver o mistério de como uma ave africana apareceu na natureza de cidades rurais no Japão.
Na época, a Fuji TV fez uma reportagem e mostrou que houve mais de 20 relatos de moradores que viram o calau e ficaram curiosos. Pelos relatos, era apenas uma ave da espécie e não havia informações sobre possíveis influências para o ecossistema local.
O especialista do Instituto Yamashina de Ornitologia, Takashi Hiraoka, ressaltou a importância de devolver a ave para o seu local de criação. Pode ser difícil que um calau africano se acostume com a natureza diferente de um país estrangeiro e com as temperaturas baixas do inverno.
“Não é bom que uma espécie seja solta em um ambiente natural no qual não está acostumada. O melhor seria devolvê-la, mas precisamos enfatizar e ensinar as pessoas que não se pode criar animais de forma irresponsável e desatenta”, explicou.
O calau-de-faces-prateadas acabou solto por um descuido do zoológico e está sendo procurado. Mas no caso do calau-grande em Chiba, não se sabe se fugiu do local de criação, se foi abandonado pelo dono ou se houve alguma prática criminal que trouxe a ave ao Japão.