Se os filmes de Adam Sandler costumam dividir opiniões, suas incursões em animações geralmente são muito bem recebidas, e “Leo” não é exceção. Desta vez, vou destacar não apenas a atuação do americano, mas também elogiar a dublagem brasileira, que está incrível com Alexandre Moreno fazendo mais um trabalho excepcional como Leo e Mário Jorge Andrade, como a tartaruga Squirtle. É interessante observar os mesmos absurdos encontrados nos filmes de Adam surgindo nesta versão escolar, destacando o valor da troca de experiências entre as gerações de maneira muito eficaz.
Leia também: Pluto – O anime mais impressionante de 2023
Mesmo para aqueles que não apreciam animações musicais, “Leo” se destaca, pois as músicas são ágeis e abordam as “dores” dos personagens de maneira simples, evitando perda de tempo com dancinhas desnecessárias (a menos que seja para satirizar produções desse tipo). Um ponto positivo é a abordagem sutil de animais de estimação menos convencionais, como a tartaruga e o lagarto, normalmente menos procurados para adoção. Além disso, o tempo de vida dos animais é explorado, adicionando um toque diferenciado.
Leia também: O filme mais aguardado do ano, “O Assassino”, chega à Netflix
Leo e sua longa vida na escola
Se “Toy Story 3” nos apresentou a vida dos brinquedos em uma creche, “Leo” nos leva à vida de dois pets em uma sala de aula, e não em qualquer sala, mas na quinta série, onde “tudo pode acontecer”. É fascinante observar esses pré-adolescentes, que já não são mais crianças, enfrentando novas dificuldades. Leo, a lagarta, e seu parceiro de terrário, Squirtle, a tartaruga, estão cientes de tudo o que acontece desde que chegaram à sala em 1949! Nesse tempo, eles viram gerações de crianças estudando e enfrentando os mesmos desafios.
Leia também: Destinos à deriva
A reviravolta ocorre quando Leo descobre que os lagartos de sua espécie vivem apenas até os 75 anos, e ele tem 74. Isso o leva a decidir fugir e viver um pouco mais. A professora substituta propõe uma atividade inusitada: cuidar do lagarto durante o final de semana. Apesar da relutância inicial dos alunos, essa proposta acaba se tornando a chance perfeita para Leo escapar.
Leia também: Gen V – A escola para os Sups de The Boys
Tudo sai muito errado
O diferencial surge quando Leo decide ajudar as crianças, compartilhando conselhos e experiências com elas. Com sua vasta experiência, o lagarto oferece orientações sábias, mesmo que nem sempre sejam fáceis de aceitar. Esse “vovô” encontra a alegria em viver, compartilhando com os alunos suas vivências e recebendo deles uma parte valiosa dessa troca. Isso me lembrou do filme “Billy Madison: Um Herdeiro Bobalhão”, onde Sandler convivia com crianças e seu personagem acabava aprendendo muito com elas.
Leia também: Elementos: A animação da pixar que merece mais reconhecimento
A mensagem central da animação é exatamente essa: compartilhar experiências, pois ninguém sabe até quando viverá, seja uma criança cheia de sonhos, uma professora substituta solitária ou um lagarto que passou 74 anos em salas de aula e ainda pode ter muito mais tempo de vida do que imagina. Com pouco mais de 1 hora e meia, “Leo” está disponível na Netflix e é uma experiência que vale a pena.
Leia também: Tetris – O filme