Quioto – Nem sempre os limites entre a recomendação ou pedido de usar máscaras e a obrigatoriedade do acessório ficam claros. Katsuya Fukunaga, um advogado japonês bem-sucedido que estava morando no hotel The Westin em Quioto, usou as redes sociais para desabafar sobre um conflito que teve com os funcionários.
Fukunaga é um dos advogados mais bem pagos do Japão. Ele participa de programas de TV e faz muitas atividades, inclusive já subiu o Monte Everest. De acordo com uma reportagem do Portal J-Cast, o advogado não tem uma residência atualmente, ele passa 100 dias vivendo e trocando de hotéis, costuma se hospedar em bons lugares.
O The Westin é um hotel de luxo localizado em Quioto. O hotel tem uma política de pedir aos hóspedes para usar máscara no buffet do café da manhã, mas de acordo com Fukunaga, é um pedido e não uma ordem.
No entanto, ao descer para o café da manhã sem o acessório, Fukunaga foi impedido de fazer a refeição e se indignou. A publicação no Twitter contando a história chamou a atenção do empresário japonês e fundador da Livedoor Takufumi Horie, que já havia criticado o hotel por impor o uso de máscara no café da manhã.
“Eles fizeram isso de novo”, criticou Horie.
O hotel comentou que não poderia falar de um caso específico, mas que pede o uso de máscara no café da manhã por ser um ambiente de aglomeração em que muitas pessoas fazem as refeições matinais ao mesmo tempo. Mesmo a resposta do hotel não ficou claro se é só um pedido ou uma obrigação.
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Imposição de máscaras
A polêmica ficou na ambiguidade entre “pedir” e “impor” algo aos hóspedes. Fukunaga contou que não ficou indignado por ser uma obrigatoriedade, mas por não ter sido avisado sobre isto desde o começo.
“Quando eu fiz a reserva do café da manhã, não me falaram que o uso de máscara seria obrigatório. Era só um pedido, uma recomendação. Se eu soubesse eu não teria reservado desde o início. O fato de não deixarem as informações claras é que gerou o problema”, comentou.
Não é a primeira vez que uma imposição de uso de máscaras causa transtornos depois da pandemia. Houve o notório caso de Junya Okuno, um homem que se recusou a usar máscara em um voo da Peach Aviation entre Hokkaido e Osaka.
Este caso, que resultou um pouso emergencial para expulsá-lo da aeronave, foi a julgamento e o homem foi condenado a 4 anos de prisão. Mas no caso dele, houve violência além da recusa, o que tornou a situação entre os passageiros instável e forçou o pouso emergencial.
As regras do avião costumam ser mais claras, mas em locais como hotéis ou restaurantes, se não ficar claro ao cliente que o uso da máscara é obrigatório, não é difícil que ocorram episódios como estes. Pedir ao cliente para usar máscara por gentileza e avisar que o serviço só será oferecido se estiver de máscara são duas orientações bem diferentes.