Tóquio – O verão japonês costuma ser escaldante e no auge da estação, as temperaturas máximas superam com facilidade a margem de 30°C. O resultado disso é aflição, riscos de hipertermia e acidentes envolvendo queimaduras em locais públicos.
No dia 20 de julho, a cidade de Koshu, em Yamanashi, chegou a bater o recorde deste ano com a máxima de 37.9°C. Em Tóquio, 92 pessoas foram socorridas com sintomas de hipertermia no mesmo dia. A condição tem se agravado com a necessidade de usar máscaras para conter a transmissão do coronavírus.
A região de Kanto e províncias como Shizuoka e Fukui foram castigadas por chuvas fortes nesta semana, mas a tendência é que o calor intenso não saia de cena até o fim do verão japonês. Nos dias mais quentes, alguns incidentes podem acontecer e é preciso que adultos e crianças tomem cuidados.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji TV, uma menina japonesa de dois anos sofreu uma queimadura no braço ao tocar em um brinquedo que estava exposto ao sol. O ferimento provocou inchaço na pele da criança.
Outros casos de queimadura envolvem o toque na mureta da sacada de casa ou ao pisar descalço no varanda. Os objetos ao ar livre podem acumular calor e atingir temperaturas perigosas. Além de cuidar onde toca e onde pisa, é necessário evitar que os animais de estimação machuquem as patas ao caminhar em locais superaquecidos.
Leia também: Simulação da Panasonic mostra como usar o ar-condicionado no verão e economizar energia.
Temperatura extrema no verão japonês
Um teste realizado em um parque de Edogawa, em Tóquio, mostrou que o escorregador utilizado pelas crianças chegou aos 48.2°C em um dia de calor extremo do verão japonês.
Os assentos de pedra no mesmo parque chegaram a temperatura de 47,9°C e o espaço de areia ficou próximo de 60°C.
“Ao tocar em uma superfície com a temperatura média de 50°C, há risco de sofrer queimaduras. Se tocar durante dois minutos, é suficiente para formar bolhas na pele”, diz o dermatologista Atsushi Otsuka, do Hospital Universitário de Kindai, em Osaka.
Celular superaquecido
Outro cuidado importante a ser tomado é com os aparelhos de smartphone. Tsutsumu Ishikawa, que é um jornalista focado no mundo digital, alertou em entrevista para a Fuji TV sobre os perigos do superaquecimento.
“A exposição do aparelho em temperaturas elevadas aumenta o risco de danificação. Ao utilizar debaixo do sol em um dia de calor extremo, o aparelho superaquece e a bateria cai. Nos piores casos, há um dano no funcionamento”, explicou.
Ishikawa conta que há uma medida fácil para evitar este problema:
“Coloque moedas de ¥10 na parte mais quente do aparelho. Como as moedas são feitas de cobre, ajuda a baixar a temperatura”, aconselha.
Cuidados com os animais de estimação
Os animais de estimação também precisam de cuidados e da atenção do dono nos dias quentes, pois também sofrem com o calor extremo e podem apresentar problemas de saúde.
Ao sair de casa e deixar o ar-condicionado desligado, o pet pode sofrer com o ambiente abafado. Ao retornar, não é difícil encontrar o animal debilitado.
“Nos piores casos, a língua do pet pode ficar roxa. Utilize um pacote de gelo artificial (ice pack) para refrescar nas extremidades do corpo, nas dobras das patas e ao redor do pescoço”, aconselha Masayuki Ezono, veterinário do Centro Médico Animal Cross em Tóquio.
Quem leva o cão para passear também deve ficar atento. O asfalto ou calçadas superaquecidas oferecem riscos para as patas do pet. Se não estiver em uma temperatura adequada para o dono andar descalso, provavelmente também não está bom para os animais.