À medida que a contratação de pessoas com deficiência se torna mais comum no Japão, um número crescente de empresas está desenvolvendo estruturas de gestão voltadas para uma força de trabalho mais diversa e inclusiva. Além da admissão, o foco agora se volta para o desenvolvimento de carreira e a retenção a longo prazo desses profissionais.
Segundo dados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, pessoas com deficiência representaram 2,4% dos funcionários em empresas privadas em 2024 — o equivalente a cerca de um em cada 40 trabalhadores. O número inclui pessoas com deficiências físicas, intelectuais e também aquelas com doenças mentais, como transtornos de humor e de desenvolvimento.
Empresas ampliam esforços de inclusão
O grupo Kirin Holdings, do setor de bebidas, passou a incluir pessoas com deficiência no processo de contratação de novos graduados universitários, em igualdade de condições com outros candidatos.
Já o escritório de Tóquio do London Stock Exchange Group implementou pavimentação tátil para facilitar o deslocamento de pessoas com deficiência visual desde os elevadores até a recepção e os banheiros.
A Nomura Kagayaki, subsidiária do grupo Nomura Holdings, está investindo em medidas personalizadas, oferecendo visitas guiadas aos locais de trabalho antes da contratação, licença remunerada desde o primeiro dia e consultas regulares com especialistas. O objetivo é proporcionar um ambiente de trabalho seguro e confortável, que minimize as preocupações dos funcionários.
Na área do varejo, a Fast Retailing — controladora das marcas Uniqlo e GU — afirma que o foco em empregar e apoiar pessoas com deficiência tem contribuído para aprimorar o atendimento ao cliente. Atualmente, cerca de 1.500 funcionários com deficiência trabalham em suas lojas no Japão e no exterior, incluindo alguns que permanecem na empresa há mais de duas décadas.
Necessidade de apoio público contínuo
Especialistas ressaltam que, apesar dos avanços, ainda há lacunas significativas no suporte público voltado à manutenção do emprego de pessoas com deficiência. A maioria dos programas governamentais prioriza a colocação no mercado de trabalho, mas oferece pouca assistência contínua após a contratação.
Analistas defendem a criação de sistemas mais duradouros e abrangentes, que garantam apoio tanto aos trabalhadores com deficiência quanto às empresas empregadoras, assegurando a sustentabilidade da inclusão no ambiente corporativo japonês.





