Um estudante japonês de 17 anos faleceu após complicações durante a extração de dentes do siso sob anestesia geral em uma clínica odontológica especializada para pacientes com necessidades especiais em Sakai, na província de Osaka. Os dois dentistas envolvidos no caso foram encaminhados aos promotores no dia 26 de agosto, sob suspeita de negligência profissional que resultou em morte.
O jovem, Yuta Tomikawa, que estava no terceiro ano de uma escola especial administrada pelo governo da província de Osaka, tinha um distúrbio de desenvolvimento que dificultava o tratamento em clínicas odontológicas convencionais. Ele foi encaminhado à clínica operada pela Associação Odontológica de Sakai para a remoção de dois dentes do siso.
A dentista responsável pela operação administrou anestesia geral e inseriu um tubo de oxigênio pela via nasal na traqueia de Tomikawa. Pouco depois, um alarme soou indicando anormalidades na respiração, mas, segundo as investigações da polícia, a profissional não tomou medidas imediatas para corrigir a situação, como reinserir o tubo de oxigênio. O diretor da clínica, que é anestesista certificado, supostamente também teria demorado para acionar os serviços de emergência, apesar de estar ciente da condição crítica do paciente.
Conforme relatado pela primeira divisão de investigação da polícia municipal de Osaka, a médica teria inicialmente suspeitado de um espasmo brônquico e administrado medicamentos para tratar o problema. No entanto, a condição de Tomikawa não apresentou melhora. Cerca de uma hora depois, às 14h25, uma ambulância foi chamada, após o jovem sofrer uma parada cardíaca. Seu nível de saturação de oxigênio no sangue, que deveria estar em torno de 96% ou mais, havia caído para cerca de 20%. Ele foi transportado para um hospital, mas acabou falecendo em 9 de agosto devido à encefalopatia hipóxico-isquêmica, causada pela falta de oxigenação adequada no cérebro.
A polícia acredita que o tubo de oxigênio foi inicialmente inserido corretamente, mas que ele se desconectou da traqueia por algum motivo ainda indeterminado. Após ouvir as opiniões de cerca de 40 especialistas, a conclusão foi que o estudante poderia ter sido salvo se medidas apropriadas tivessem sido tomadas de imediato.
A Associação Odontológica de Sakai, que administra a clínica, se recusou a comentar o caso, alegando não ter sido informada oficialmente sobre o envio dos documentos à promotoria. O caso levantou preocupações sobre a segurança de procedimentos odontológicos em clínicas especializadas e a necessidade de maior rigor nos protocolos de atendimento.