Tóquio – Quando a guerra começou na Ucrânia em fevereiro, o Japão logo tomou medidas amigáveis para acolher refugiados do país europeu, oferecendo visto de permanência temporária e trabalho, possibilidade de entrar no país sem passaporte e outros apoios para moradia e despesas cotidianas.
A atitude tem surpreendido entidades que apoiam os refugiados no país, pois antes da guerra na Ucrânia, cidadãos de países africanos ou da Síria, que enfrentam guerra civis e a fome, nunca foram bem recebidos e raramente conseguem ter o visto de refugiado aprovado pelas autoridades de imigração. Mas no caso dos ucranianos, a receptividade tem sido alta.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) até setembro deste ano, mais de 7 milhões de refugiados ucranianos já tinham se espalhado por países europeus. O número supera os refugiados de países como Venezuela e Síria.
No Japão, um pouco mais de 2 mil ucranianos já estão no país e embora seja um número pequeno em comparação com os países europeus, é mais do que o governo estava esperando. A Fundação Japão, uma organização humanitária do país, tem previsto a ampliação do suporte psicológico e de aprendizado do idioma japonês.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji, os primeiros refugiados chegaram ao Japão em março deste ano e até o dia 5 de outubro, eram 1983 pessoas. Dias depois, em 10 de outubro, o número já estava em 2012 pessoas. Há 3 vezes mais mulheres do que homens e 20% dos refugiados tem menos de 18 anos.
Por enquanto, só 3 pessoas deram entrada no pedido de visto de refugiado, que é avaliado pela Agência de Serviços de Imigração do Japão e se for aprovado, o cidadão ganha o direito de ficar no país. A atual situação dos cidadãos ucranianos no Japão é incerta e não há determinações quanto ao tempo de permanência no país.
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Escalada de tensões na Ucrânia
Nesta semana, os ataques russos na Ucrânia se intensificaram depois que a ponte que liga a Rússia à Crimeia foi danificada. O caso enfureceu o presidente russo Vladimir Putin, que culpou o Serviço de Inteligência da Ucrânia e respondeu com o lançamento de mais de 80 mísseis em cidades pelo país em um único dia.
As explosões se intensificaram na capital Kiev e mais pessoas estão procurando deixar o país em busca de segurança. A Rússia também o controle de quatro regiões ucranianas e anexou ilegalmente ao território russo. O ato foi condenado pela maioria dos países em votação na Assembleia-Geral da ONU.
A Ucrânia ainda fez uma oferta repentina para entrar para a OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que conta com 28 nações. Para os ucranianos, a proteção da OTAN poderia significar uma cobertura contra os ataques russos, mas na prática, a adesão do país pode escalar o conflito a nível mundial.
Na quinta-feira (13), o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Venediktov, alertou que a admissão da Ucrânia na organização seria o estopim para uma terceira guerra mundial.