O Japão registrou um déficit comercial de 2,76 trilhões de ienes em janeiro, conforme relatado pelo Ministério das Finanças nesta quarta-feira. O aumento do déficit ocorre em um momento de crescente preocupação com as tarifas iminentes impostas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, o déficit comercial do Japão cresceu 60%, refletindo um desequilíbrio entre exportações e importações. No último mês, as exportações totalizaram 7,86 trilhões de ienes, um aumento de 7% em relação a janeiro de 2024. O crescimento foi impulsionado por produtos como máquinas, equipamentos médicos e navios.
As importações, por sua vez, alcançaram 10,62 trilhões de ienes, representando um crescimento de 16,7% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Esse aumento foi influenciado pela aquisição de máquinas, computadores e produtos alimentícios, como frutas, em meio à desvalorização do iene frente a outras moedas estrangeiras.
Apesar do déficit, o consumo interno no Japão deve continuar sólido, em parte devido ao recente crescimento salarial. O país também registrou um superávit comercial de quase 477 bilhões de ienes com os EUA, impulsionado por um aumento de 8% nas exportações de equipamentos elétricos, automóveis e matérias-primas.
O governo japonês busca uma isenção das “tarifas recíprocas” propostas por Trump, bem como das tarifas sobre aço e alumínio. Entretanto, a incerteza persiste, visto que os EUA continuam sendo um dos principais parceiros comerciais do Japão.
O crescimento das importações e exportações acompanha um relatório governamental divulgado no início da semana, que indicou uma expansão econômica mais rápida do que o esperado no quarto trimestre de 2024.
“Os dados comerciais japoneses sugerem uma modesta recuperação econômica no trimestre atual. No entanto, o aumento das exportações vem com grandes ressalvas, especialmente a ameaça das tarifas dos EUA, que obscurecem as perspectivas”, afirmou Min Joo Kang, economista sênior do ING.