Yokohama – Yuya Nozaki, de 28 anos, parecia ser um rapaz comum. Vivia na cidade de Saitama, trabalhava para uma empresa no ramo de construções, tinha seus amigos e visitava os pais de vez em quando.
Mas Nozaki fazia algo na vida privada que nenhuma das pessoas que convivia podia imaginar e a polícia ainda não conseguiu entender a razão: ele procurava meninas que queriam se matar, influenciava para que cometessem o ato e ainda ajudava, sugerindo o método, o local ou dando uma carona.
Nami* era uma estudante de escola ginasial que morava com a família em Yokohama (capital da província de Kanagawa). A idade não foi revelada pela mídia japonesa, mas como estava no ginásio, devia ter entre 13 e 15 anos.
Por algum motivo que não foi divulgado, ela pensava em tirar a própria vida e compartilhou o seu desabafo no Twitter, em setembro deste ano. A publicação ligou a garota ao homem e traçou o destino dela. Nami foi contatada por Nozaki, que ofereceu ajuda para concretizar o suicídio.
De acordo com a investigação da polícia, Nozaki sugeriu que a menina pulasse de uma ponte isolada em uma região montanhosa da cidade de Sagamihara, em Kanagawa. Nami estava abatida e concordou. Eles se encontraram no dia 20 de setembro e no dia seguinte, a família da garota reportou o desaparecimento para a polícia.
A investigação mostrou imagens de câmeras de segurança em que os dois estavam juntos e Nozaki chegou a ser preso por sair com uma menor de idade, mas foi liberado até que a polícia entendesse o que tinha acontecido.
No dia 29 de setembro, o corpo da menina foi encontrado no rio e Nozaki acabou preso de novo. A polícia acredita que este não é o único caso que envolve o homem e está investigando outras conversas que ele manteve no Twitter com garotas que queriam se matar.
Uma reportagem da emissora Fuji conversou com amigos do tempo da escola que descreveram Nozaki como uma pessoa que “usa muito as redes sociais” e que “tem muito interesse e quer se envolver com meninas”.
Para esses amigos, a motivação pode ter sido uma necessidade de exercer uma influência e de ter um envolvimento com essas meninas, mas o caso está em processo de investigação.
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O choque das famílias
Um levantamento da revista Your Magazine mostrou como as duas famílias reagiram ao caso. A mãe de Nozaki disse que não vivia com o filho e se encontrou com ele no dia 18 de setembro, dois dias antes do desaparecimento de Nami.
Ela respondeu com a voz engasgada que o filho agiu normalmente e que era um rapaz prestativo e muito gentil, que se relacionava bem com a família.
Os pais de Nami comentaram com a mídia japonesa que estavam muito entristecidos e tentando processar o que aconteceu com a filha.
“Agora não consigo pensar em nada. Eu sinto raiva do criminoso, é verdade, mas nem consigo expressar em palavras. Estou tentando resolver meus sentimentos e preciso de um tempo”, disse a mãe.
*nome fictício