Tóquio – A capital japonesa está enfrentando duas crises de saúde ao mesmo tempo. A primeira é um surto de sarampo que teve início no mês passado, com cinco casos confirmados na província. Um dos primeiros casos foi de uma mulher que vive em Osaka e viajou aos Emirados Árabes e 12 dias depois de voltar de viagem, pegou o trem-bala e foi para Tóquio. A mulher estava se sentindo mal no dia que chegou capital, jantou em Ginza e foi para um hotel.
Na manhã seguinte, ela acordou com febre e percebeu as manchas vermelhas na pele, que é um sintoma típico do sarampo. Por ser uma doença altamente contagiosa e transmitida pelo ar, nem mesmo as máscaras ajudam a combater. A única forma de prevenir o sarampo é com as doses da vacina e quem não tem certeza se está imune pode fazer um teste de anticorpos.
Quem nunca teve sarampo, não está vacinado ou tomou apenas uma dose da vacina e há muito tempo, está propenso a pegar a doença que é provocada pelo vírus Measles morbillivirus. Em alguns casos, podem ocorrer complicações de saúde graves, como pneumonia, infecções no ouvido, diarréia grave, encefalite e cegueira. No caso de gestantes, o sarampo pode provocar a morte do feto.
O governo de Tóquio está pedindo para que as pessoas com qualquer sintoma como febre e mal estar evitem sair de casa e entrar em ambientes de aglomerações, já que a doença é facilmente transmitida. A orientação é contatar um hospital por telefone antes de fazer uma consulta e não utilizar transporte público. Entre em contato com a instituição de saúde também para saber mais sobre a vacina.
Os casos de sarampo começaram em Osaka e Tóquio e estão se espalhando pelo país. Mesmo quem vive em outras regiões e províncias deve procurar informações sobre a vacina e seguir as mesmas medidas de precaução caso perceba sintomas que podem indicar a doença, como febre, dor muscular, vermelhidão nos olhos, fadiga, dor de garganta e as manchas na pele.
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A bactéria devoradora de carne
Não é só o sarampo que está causando preocupações de saúde na capital japonesa. A incidência de casos de fasceíte necrotizante também está alta. Esta é a condição provocada pelo agente Streptococcus pyogenes, também conhecido como a “bactéria devoradora de carne”. Esta bactéria se aloja no organismo por uma ferida aberta, normalmente nas mãos ou nos pés.
O quadro tem evolução rápida e pode levar ao óbito. A bactéria se espalha pelo corpo, provoca a morte dos tecidos moles e a necrose ao redor dos músculos. Em questão de horas, a região da pele mais afetada começa a parecer em carne viva e muitos casos acabam levando ao óbito do paciente.
Uma reportagem do Jornal Asahi informou que foram 141 casos registrados em Tóquio durante todo o ano passado e deste número, 42 pessoas acabaram morrendo em consequência das complicações de saúde provocadas pela bactéria. Até o dia 17 deste mês, a capital japonesa já tinha confirmado 88 casos e ainda estamos no primeiro trimestre do ano.
Para prevenir as complicações da bactéria, é preciso procurar atendimento médico rapidamente ao perceber os primeiros sintomas, como inchaço e calor em uma ferida aberta. Os médicos recomendam que a prevenção seja feita com cuidados essenciais de higiene e saúde. Quando acontecer algum acidente, lave bem os ferimentos e imediatamente, proteja com band-aid para reduzir os riscos.
É mais comum ainda que a bactéria entre na pele quando a ferida é nos pés ou pernas, pois normalmente não há o mesmo cuidado que acontece quando a ferida é nas mãos. Por isso, é importante lavar a lesão, limpar ao redor da pele e fazer a troca frequente do curativo.