Tóquio – O inverno está cada vez mais próximo, falta um mês para o Natal e quem vive no Japão sabe que este ano não foi nada fácil do ponto de vista econômico. Muitos produtos ficaram mais caros, as contas domésticas subiram, a moeda japonesa desvalorizou e a renda continua no mesmo patamar para a maioria dos trabalhadores.
E a estação mais fria do ano costuma causar um impacto no bolso do consumidor. O uso diário de aquecedores e aparelhos de ar-condicionado resultam em contas de luz e gás mais caras no fim do mês. Para contornar essa situação e promover uma economia doméstica mais eficiente, alguns itens de inverno aparecem nas lojas japonesas.
Uma reportagem da emissora Fuji mostrou três itens interessantes que já se tornaram populares entre os japoneses e promovem um aquecimento de baixo custo. Ao utilizar estes itens em casa, se torna possível reduzir o uso de aquecedores e economizar nas contas.
O primeiro item é da linha “N Warm” da Nitori, uma loja muito popular no Japão e especializada em artigos domésticos. Esta linha oferece cobertores e roupas de cama em três níveis variados de aquecimento e um cobertor em especial tem chamado a atenção dos consumidores.
É um novo modelo que a marca acabou de lançar e deu o nome de “Sumaho Moufu”, algo como “cobertor para smartphone”, em uma tradução livre. O cobertor com um nível especial de aquecimento tem dois buracos finos para passar os braços quando estiver deitado e veio para solucionar um problema muito específico.
A loja ouviu os clientes que reclamavam da dificuldade de mexer o celular na cama durante o inverno. Para isto, é preciso se destapar e o frio nos ombros, braços e mãos dificulta o uso do aparelho. O novo cobertor da Nitori não só resolve este problema, mas também tem outras utilidades.
Assim como mencionado na reportagem, o usuário pode dormir com os braços de fora e manter os ombros protegidos do frio o tempo todo ou utilizar no sofá e outros locais dentro de casa. Dá para manter o corpo quente mesmo se o aquecedor estiver desligado.
Aquecimento dos pés
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Uma das situações mais desconfortáveis do inverno é sentir os pés gelados, caminhar pelo chão frio da casa sem conseguir aquecer essa parte do corpo. No Japão, há um tipo de meia especial que é o queridinho das pessoas com problemas nos pés durante a estação.
Chamada de “Room Socks” (ルームソックス), a meia especial é produzida pela fabricante Okamoto, que está há 88 anos em atuação neste mercado. O mecanismo especial de aquecimento das meias fez com que os itens ganhassem o nome de “meias kotatsu”. A tradicional mesa forrada por um cobertor e com aquecimento interno é o símbolo do inverno japonês e um dos itens mais desejados no país nesta época do ano.
As “meias kotatsu” promovem um aquecimento tão vigoroso nos pés que ganharam este apelido. Segundo a reportagem, as meias são populares também pela flexibilidade de movimento sem perder o calor e a sensação agradável do contato do tecido com a pele.
O “kotatsu” de vestir
Por fim, um dos itens que mais faz sucesso entre os japoneses no inverno é o “kotambo”. Inspirado no kotatsu, um móvel comum nas casas japonesas, o “kotambo” é uma espécie de kotatsu para vestir.
Há um sistema de aquecimento de seis níveis que funciona por um cabo de energia. O usuário deve envolver no corpo como um cobertor e utilizar dentro de casa. Em 2021, o produto chegou a atingir o patamar de 25 mil unidades vendidas.
É fácil de desconectar o cabo para se locomover dentro de casa com o corpo aquecido pelo cobertor. O produto permite que o usuário deixe os aquecedores de casa desligados, o que é uma grande economia de gás.
E apesar de gastar energia, já que o sistema de aquecimento é por eletricidade, o kotambo tem um consumo de luz econômico.
Shinsuke Seiri, responsável pelo Departamento de Publicidade da Sanko, fabricante do produto, explicou como o custo pode ser baixo mesmo utilizando o produto por várias horas diárias.
“Por causa da retenção de calor e o mecanismo que evita picos desnecessários de aquecimento, é um produto de baixo consumo de energia. Você pode utilizar durante quatro horas em um dia e o gasto de luz no fim do mês terá sido de 80 ienes”, explicou.
