Tóquio – De vez em quando a estranheza das regras das escolas japonesas viram notícia, como as determinações para as roupas íntimas das aulas, comprimento das saias e dos cabelos. Mas isto não é comum apenas no ambiente escolar.
Nos hospitais e clínicas, enfermeiros e enfermeiras também precisam cumprir determinações estranhas e que muitas vezes não são explicadas. Há regras que envolvem os cuidados com os pacientes ou com a higiene, o que é compreensível, mas outras parecem simplesmente ter passado de geração em geração sem que ninguém questionasse o sentido.
Muita coisa que talvez não se aplique aos dias atuais, mas os hospitais continuam exigindo e os funcionários seguem mesmo sem entender a necessidade ou achando que não precisa.
Quem averiguou essas regras foi a empresa Classico, que trabalha com produtos voltados ao meio médico. A empresa fez uma pesquisa com 400 enfermeiros (as) de 20 a 59 anos que atuam em hospitais e clínicas em todo o Japão e outros 400 profissionais que frequentaram esses ambientes no último ano.
A pesquisa também coletou informações de 25 enfermeiros com cargo de cargo de chefia, que coordenam os times nos hospitais. O resultado mostrou que há muitas variações em cada intituição, mas 11 “regras esquisitas” foram identificadas entre as respostas dos profissionais de saúde.
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As 11 regras esquisitas de hospitais
Nem todas as regras estão presentes em todos os hospitais, mas a lista mostra o que foi identificado pelos entrevistados de maneira geral. Esta lista também foi divulgada em uma reportagem da emissora Fuji:
- Os enfermeiros (as) não podem descolorir ou clarear a cor dos cabelos
- As roupas íntimas e as meias devem ser de cor branca
- As roupas dos enfermeiros devem ser completamente brancas (parte de cima e de baixo)
- As enfermeiras devem amarrar o cabelo com borrachinhas pretas ou marrons, apenas nessas cores
- As enfermeiras não podem utilizar cílios postiços e os enfermeiros não podem ter bigode
- Mesmo no inverno, não é possível usar manga comprida por baixo do uniforme ou casaco na frente dos pacientes
- As roupas utilizadas no trânsito (para ir de casa ao hospital) devem ser em cores neutras ou discretas
- Não é possível sair do hospital mesmo nos períodos de intervalo
- Os enfermeiros não podem usar o elevador ao se locomover no hospital
- Os enfermeiros não podem postar nas redes sociais ou reagir com “likes” (gostei) nas publicações dos amigos.
Regras sem sentido
As regras não tem explicações do ponto de vista da higiene os necessidades do trabalho na área da saúde. São determinações que parecem focar no que os outros podem pensar, mas que são consideradas desnecessárias para quem frequenta os hospitais.
A pesquisa também perguntou se o responsável do hospital conversou sobre essas regras e explicou os motivos, mas a maioria das respostas (cerca de 52%) disse que não.
Além de não tem um motivo claro ou coerente para as regras, as limitações que os hospitais impõem aos trabalhadores é uma das causas da desmotivação, vontade de deixar o emprego ou até mesmo a área de atuação.
A pesquisa perguntou aos enfermeiros se já houve vontade de sair do trabalho ou falta de ânimo para trabalhar por causa das regras e 10,8% disseram que “acontece com frequência” e outros 28,8% disseram que “de vez em quando se sentem assim”. Ou seja, para quase 40% dos trabalhadores da área, as regras tornam o trabalho mais árduo ou difícil.
“É um ambiente de trabalho intenso e isto pode fazer uma pequena insatisfação ter um efeito maior. Além disso, a gente viu pela pesquisa que a pressão em cima das regras varia muito de hospital para hospital e nos que são mais rigorosos, os enfermeiros pensam em mudar para outro onde possam trabalhar mais livremente”, explicou um responsável pela pesquisa.