Tóquio – A polícia japonesa pode estar perto de solucionar um dos casos de assassinatos mais famosos do país. Na noite de 30 de dezembro do ano 2000, uma família de Setagaya em Tóquio, teve a casa invadida e foi brutalmente assassinada.
O criminoso esfaqueou até a morte Mikio Miyazawa, de então 44 anos, a esposa Yasuko, de 41 anos e os filhos Niina, de 8 anos e Rei, de 6 anos. Depois, ficou na residência da família por horas, comeu sorvete e até usou o computador antes de ir embora.
A polícia tem uma série de provas e evidências, impressões digitais, manchas de sangue, marcas de sapato. No entanto, 20 anos se passaram sem que o responsável tenha sido identificado e preso.
Este cenário desesperançoso pode mudar em breve. A Revista Flash publicou uma reportagem que revela que a polícia está na mira de um suspeito, identificado como “H” e com idade na faixa de 40 anos.
No dia 21 de setembro, os oficiais responsáveis pela investigação do caso Setagaya visitaram um homem na faixa de 60 anos, identificado como “A”. Dois policiais com crachás de identificação visitaram o homem para fazer perguntas sobre “H”.
Na época do crime, “A” era dono de uma churrascaria (yakiniku) e “H” trabalhava na cozinha. A polícia recebeu informações de uma testemunha que era cliente da churrascaria e testemunhou uma cena suspeita um dia depois do crime.
“Este cliente estava passeando com o cachorro na rua coberta de Soshigaya-Okura em Setagaya, no dia 1 de janeiro de 2001, quando viu “H” caminhando e enrolando uma faixa na mão machucada. Ele contou isto para a polícia recentemente”, disse “A”.
A polícia sabe que o criminoso estava com a mão ferida no momento do crime. Um homem enfaixando a mão machucada um dia depois do assassinato e na mesma região tem potencial para ser um forte suspeito, mas não é só isso.
“O H. tinha idade na faixa 20 anos na época, cerca de 1,70m de altura e o cabelo raspado nas laterais e vivia de boné. Ele ia para a churrascaria da casa dos pais, em uma bicicleta BMX. Se ver a imagem do assassino no poster sobre o crime, realmente é parecido”, explicou A.
Há ainda outra “coincidência” que pode ligar o homem ao crime. Na mesma época do assassinato, “A” teve a casa invadida por um criminoso que levou um relógio e dinheiro. Na época, o criminoso invadiu a casa com um pé de cabra e deixou rastro.
“Os dois policiais que vieram na minha casa na época disseram que havia uma grande chance do ladrão ser o mesmo sujeito que matou a família. Na época eu costumava chamar meus funcionários para beber na minha casa e H. era um deles”, comentou.
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Dificuldade em localizar o suspeito de Setagaya
Alguns anos depois do crime, “A” acabou fechando a churrascaria. Por isso, não tem mais registros de H. e nem fotos. Outras pessoas que conviveram com o suspeito lembram dele, como “B”, que também trabalhava na churrascaria.
“B” também foi chamado para prestar depoimento na polícia e ficou muito surpreso com a possibilidade de o ex-colega ser o assassino.
“Na época eu era universitário e lembro que o H. praticava algum esporte e trabalhava nas temporadas de folga dos treinos. Ele tinha uma personalidade calma, parecia um irmão mais velho gentil. Acho muito difícil relacioná-lo com este crime”, comentou.
A imagem do criminoso divulgada pela polícia é compatível com o perfil de H. e há poucas chances de cometer um erro por causa das provas que foram armazenadas e registradas.
O jornalista Shingo Otsubo, que atuava para o jornal Mainichi e fez muitas reportagens referentes ao crime de Setagaya, ficou muito surpreso com as informações novas do caso.
“Faz muito tempo que não ouço uma informação nova sobre o crime. A polícia tem o DNA do criminoso e muitos registros deste caso. Basta localizar o sujeito chamado “H” e será possível verificar com facilidade se ele esteve ou não na casa na noite do crime. Vemos que a polícia ainda não sabe onde ele está”, comentou.
A polícia. tem feito esforços para localizá-lo, entrevistando pessoas que conviveram com ele e buscando pistas, mas ainda não se sabe o paradeiro do homem.