Se você não ouviu falar ainda sobre Mundo Estranho, não se preocupe. A produção parece não ter recebido nenhum esforço da Disney quanto a divulgação, da mesma maneira que aconteceu com Ron Bugado e outras animações que tem ido direto para o streaming. Entretanto, este filme é um marco para a Disney, já que trás o primeiro personagem assumidamente homossexual para uma animação da empresa americana, abordando o assunto de forma natural. Seria esse o motivo da Disney ter lançado a produção de maneira tão discreta?
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É bem possível que esse ponto tenha sido responsável pela gigante não ter lançado a animação em alguns países, como na China, o maior mercado mundial. Independentemente do silencioso lançamento, a produção é muito mais que uma questão sobre relacionamento entre adolescentes e, mesmo que alguns críticos tenham achado a história rasa, ela aborda o relacionamento complexo entre pais e filhos e a nossa relação com o mundo em que vivemos.
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Em Mundo Estranho, tudo está relacionado
A animação é uma produção do diretor Don Hall (Operação Big Hero e Raya e o Último Dragão), e mesmo sem a grandiosidade das outras produções, o filme fala sobre a relação entre pais e filhos e como cada geração tem problemas em estreitar seus laços, mesmo que o grande problema aqui sejam os adolescentes. Jaeger Clade é um grande explorador e está disposto a descobrir o que há além das montanhas de Avalonia, um ponto natural que limita toda a humanidade deste mundo. Sua equipe conta com Searcher Clade, seu filho adolescente que não possui o mesmo entusiasmo do pai para exploração.
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Esse ponto é transportado para a próxima geração, quando Searcher não entende como seu filho, Ethan, pode não se interessar pela vida de fazendeiro, escolhendo uma profissão extremamente oposta a de Jaeger. Durante as explorações, uma fonte renovável de energia é descoberta e são essas plantas que mudaram e continuam mudando a vida dos moradores de Avalonia.
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Estranho, mas não tão estranho assim
E se esse mundo parece estranho, ele fica ainda mais quando eles precisam verificar as raízes das plantas, que se ligam a regiões subterrâneas do planeta. Dessa forma, a vida dos Clade dependerá deles aprenderem a se relacionar melhor. Diferente da animação Moana, onde existem poderes mágicos envolvidos, Mundo Estranho tem um aspecto de tecnologia antigo. Mesmo assim, depender apenas da tecnologia nunca é a resposta.
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Por isso, na animação, a solução está em ir fundo, literalmente, para que tudo possa ser resolvido. E apesar da metáfora ficar escancarada, as mudanças são aceitas com pouco reflexão, mas parecendo que foram apenas uma conveniência para o roteiro. Por outro lado, há uma urgência muito grande e os anos de separação podem ter sido suficientes para mostrar a oportunidade perfeita para que, se houvesse chance, os personagens aceitassem mudar repentinamente. Quem vive longe da família é capaz de entender como isso pode acontecer fácil, já que a distância pode doer mais do que uma contradição.
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Em resumo, Mundo Estranho é uma animação que traz uma mensagem importante sobre relações familiares e sobre como é preciso se adaptar a mudanças para que as coisas funcionem bem. Embora possa parecer estranha e pouco divulgada pela Disney, a produção é uma boa opção para quem busca uma história cativante e emocionante. Vale a pena conferir!
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